A Corte Suprema de Justiça da Colômbia determinou nessa terça-feira (9) a prisão do congressista Jesús Santrich, ex-líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e pediu que ele seja incluído na lista de alerta vermelho da Interpol.

A decisão foi tomada depois de Santrich não comparecer a uma audiência de um caso que investiga se ele enviou mais de 10 toneladas de drogas aos Estados Unidos enquanto ainda era um dos principais líderes da antiga guerrilha colombiana.

“Resolveu-se expedir ordem de captura (contra Santrich) com fins indagativos pelos crimes de comum acordo para delinquir, fabricação, tráfico e porte de entorpecentes”, afirmou a ordem da Corte Suprema enviada à Interpol.

A decisão foi tomada pela Sala Especial de Instrução da Corte Suprema de Justiça da Colômbia, que considerou que o congressista não justificou sua ausência na audiência.

O processo contra Santrich corresponde a um crime que teria sido cometido depois de 1º de dezembro de 2016, quando entrou em vigor o acordo de paz assinado pelo governo da Colômbia e as Farc em 24 de novembro do mesmo ano.

No entanto, em maio, a Justiça Especial para a Paz (JEP), órgão criado a partir da assinatura do pacto, concedeu a Santrich uma garantia de que ele não será extraditado aos Estados Unidos. O tribunal argumentou que as provas apresentadas pelos Estados Unidos eram insuficientes e passou o caso para a Corte Suprema de Justiça da Colômbia.

Apesar da garantia, no dia 30 de junho, Santrich driblou os seguranças que o acompanhavam durante uma visita ao Espaço Territorial de Capacitação e Reincoporção (ETCR) de Tierra Grata, no departamento de Cesar, no norte do país, e desapareceu.

O próprio partido Força Alternativa Revolucionária do Comum, fundado após o desmantelamento da guerrilha, afirmou hoje que está decepcionado com a postura de Santrich e com a decisão do ex-líder do grupo de não comparecer à Corte Suprema.

“Jesús Santrich não é somente um militante do nosso partido, mas faz parte de nossa direção e ocupa uma vaga na Câmara de Representantes. Ele têm responsabilidades políticas muito sérias, com as quais todos contamos com ele. Ele nos decepciona profundamente”, afirmou o partido em comunicado.

A nova Farc ainda se distanciou da decisão tomada por Santrich, afirmando que a conduta é única e exclusivamente de responsabilidade do ex-líder da antiga guerrilha colombiana, que não teria consultado os correligionários antes de não comparecer à audiência.

O partido, no entanto, ressalta que considera que houve “sucessivos erros” da Corte Constitucional, da Justiça Especial para a Paz e do Conselho de Estado no caso de Santrich.

 

 

Fonte: G1||

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