Enquanto o Banco Central vem aumentando a taxa básica de juros (Selic), os juros praticados pelo mercado ao consumidor, em 14 modalidades distintas, tiveram comportamentos variados. A taxa média do cartão de crédito continua a mais alta, de 12,6%, mas o percentual ainda não sofreu reajuste por conta do aumento da taxa Selic, em relação ao mês anterior, segundo levantamento divulgado ontem pela Fundação Ipead/UFMG.
Na análise do coordenador da pesquisa, Wanderley Ramalho, o consumidor continua num calvário de taxas extremamente altas. Com a segunda elevação da taxa básica de juros da economia, em junho, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deixou bastante claro que havia dado início a um novo ciclo de aperto monetário, avaliou.
Quem pegou dinheiro em cooperativas de crédito conseguiu um juro médio de 2,45%, com queda de 18% num comparativo aos percentuais de juros praticados pelas cooperativas no mês anterior.
As financeiras independentes também promoveram queda na taxa de juros cobrada em financiamentos. A média foi de 9,53%, uma queda de 5,17% em relação ao mês anterior.
Os juros para quem fez turismo internacional registraram a maior alta do mês, com taxa média de 4,19%. O percentual significou uma alta de 14,17% ante o mês anterior.
Preços
Na inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, teve variação negativa de 0,02% em junho, na comparação com maio. Wanderley Ramalho explica que a inflação em Belo Horizonte manteve-se estável, mas já acumula alta de 3,5% no ano. Destaca-se a alta de 0,77% para os alimentos em restaurante e a queda de 3,87% nos preços dos produtos alimentares in natura.
Cesta básica custou R$ 231,54
A cesta básica em Belo Horizonte custou R$ 231,54, em junho, com queda de 3,71%. O levantamento é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos socioeconômicos, o Dieese-MG.
Nos últimos 12 meses, o feijão, com alta de 53,25%, o açúcar (21,14%) e o tomate (20,27%) foram os vilões da cesta básica na capital. O economista do Dieese-MG, Carlindo de Oliveira, disse que um aumento da cesta básica vai depender da carne.

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