Os técnicos administrativos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiram entrar em greve na segunda-feira (1º), após assembleia realizada no campus Pampulha, na capital. Eles alegam que a reitoria da instituição não cumpriu o acordo firmado no ano passado, quando a categoria parou por 115 dias e apresentou várias reivindicações.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior em Minas (Sindifes), a principal demanda é o voto paritário para as eleições de reitor. Atualmente, o voto do professor tem um peso maior do que o da categoria, representando 70% da apuração da eleição. Quando foi eleito, o atual reitor, Clélio Campolina, prometeu colocar em discussão, no conselho universitário, a inclusão do voto paritário, mas, até agora, estamos esperando, e nenhuma ação foi tomada, afirmou a coordenadora geral do Sindifes, Cristina del Papa.
Os servidores também reclamam que a reitoria havia prometido criar uma comissão para discutir a adesão da universidade à recém- criada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, que objetiva estruturar a prestação de serviços nos hospitais universitários, como é o caso do Hospital das Clínicas da UFMG. Cristina acredita que a adesão da universidade seria prejudicial ao atendimento do HC, e a comissão não foi instituída. O governo federal contrata servidores com salários menores. As condições oferecidas são precárias, e isso vai acabar gerando uma alta rotatividade. Vai prejudicar o atendimento e até as condições de ensino para médicos e alunos de outros cursos na área de saúde.
Ponto
Os servidores também querem a aplicação do ponto eletrônico para os professores, e não somente para técnicos. Segundo cálculos do Sindifes, cerca de 20% dos trabalhadores da UFMG aderiram à greve nesse primeiro dia, mas esperam que esse percentual cresça. Entre os serviços afetados pela greve, estão o funcionamento de bibliotecas e de colegiados. A UFMG não se manifestou sobre a greve.

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