Presos se rendem e libertam três reféns na delegacia de Ibirité

Depois de quase 14 horas de tensas negociações entre a polícia e presos da Cadeia Pública de Ibirité, na Grande BH, chega ao fim a rebelião iniciada por volta das 22h desse sábado. O agente penitenciário e os dois menores mantidos reféns sob a mira de revólveres e metralhadoras também foram libertados. Era quase meio-dia quando um grupo de detentos abriu a porta da delegacia e, com os baços levantados, se entregou ao Grupo de Respostas Especiais (GRE) da Polícia Civil. O carcereiro Cláudio Antônio Rodrigues, de 30 anos, um dos reféns, confirmou que na noite de sábado os presos da cela seis começaram um tumulto, alegando que um dos encarcerados estaria passando mal. Ao ir até o local, homens da cela cinco, que haviam cerrado as grades, lhe aplicaram um golpe (gravata). Os detentos pegaram as chaves e abriram as outras portas. O segundo agente de plantão na delegacia conseguiu fugir.
Bastante atordoado, Cláudio disse também que não houve feridos, apesar de os presos estarem fortemente armados. Ontem, eles conseguiram abrir a porta do cartório ? local onde são guardados os materiais apreendidos com os criminosos ? tendo acesso a armas, munição e drogas.
O quartel-general montado em um posto de saúde em frente à cadeia e o cerco feito pelos policiais no entorno já começaram a ser desmontados. No entanto, a situação no local ainda vai demorar a ser regularizada. Os policiais já entraram na cadeia para saber exatamente quantos presos conseguiram escapar. A informação inicial era que 15 fugiram e três haviam sido recapturados. Uma operação pente-fino deve ser feita na tarde de hoje.
A delegacia de Ibirité tem capacidade para 60 pessoas mas abriga 156, entre elas 16 mulheres e os dois menores rendidos. Os presos querem a transferência para presídios do Estado e já entregaram o pedido a um representante do Ministério Público que participou das conversas. Mesmo com o fim do motim, os familiares permanecem aflitos com a falta de informações precisas. Eles aguardam os policiais para saber se realmente não há feridos

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