O desfecho já era esperado desde a semana passada: amparado pela goleada histórica por 5 a 0 da primeira partida, o Cruzeiro jogou com tranqüilidade e conquistou o título do Campeonato Mineiro pela 35ª vez na história, ao vencer o Atlético-MG por 1 a 0, na tarde deste domingo, no Mineirão. A Raposa não precisou se esforçar muito, já que poderia até perder pela mesma diferença de gols por ter feito a melhor campanha da primeira fase. Mesmo assim, Marcelo Moreno deixou a sua marca. O clube alvinegro ainda tem a vantagem histórica da competição, com 39 conquistas estaduais.

O Cruzeiro teve um aproveitamento de 80% dos pontos disputados na competição. Em 15 jogos foram 11 vitórias, três empates e apenas uma derrota por 1 a 0 para o Rio Branco, quando atuou com uma equipe mista. Além disso, o clube teve o maior ataque – 35 gols – e a melhor defesa – 14 gols sofridos – do Campeonato Mineiro.
A festa da torcida do Cruzeiro, que lotou toda a área da arquibancada separada para ela no Mineirão, foi bonita durante toda a partida. Os gritos de é campeão começaram antes mesmo de a partida começar. A maioria chegou ao estádio já com a faixa de campeão. A Federação Mineira de Futebol também proporcionou uma bonita festa com um show de fogos azuis após a conquista.
Os jogadores do Galo mostraram brios, fizeram um jogo equilibrado, mas faltou tranqüilidade. Danilinho não suportou as gozações da arquibancada e, irritado, se descontrolou quando foi provocado em campo por Charles. Acabou expulso e gerou uma grande confusão no final da partida. O cruzeirense também foi para o chuveiro. Antes disso, Renan já havia deixado o Galo em desvantagem ao xingar o juiz Evandro Rogério Roman.

O Cruzeiro volta a enfrentar o Boca Juniors, nesta quarta-feira, desta vez no Mineirão. O time celeste precisa vencer por 1 a 0 para chegar às quartas-de-final da Taça Libertadores. O Atlético agora se concentra em mais uma revanche, desta vez na quinta-feira, contra o Botafogo, de novo adversário das quartas-de-final da Copa do Brasil, também em Belo Horizonte.
Jogo Franco
Enquanto Geninho escalou o Galo com três atacantes (Danilinho, Marques e Eduardo), o técnico Adilson Batista optou por poupar alguns jogadores, escalando Elicarlos no meio e Marcinho no ataque nas vagas de Charles e Guilherme. Precisando de seis gols, o Atlético partiu para cima e chegou com perigo logo no primeiro minuto, com Gérson. Marcelo Moreno respondeu aos cinco, após jogada individual, e chutando por cima do gol de Juninho.

As duas equipes davam espaços em campo. Aos 18, Marcinho bateu falta com perigo por cima do travessão. No minuto seguinte, Danilinho roubou a bola de Jadílson, rolou para Marques driblar Thiago Heleno e chutar fraco para a defesa de Fábio. Logo depois, Gérson fez um bom cruzamento para o baixinho Danilinho cabecear por cima do gol. Marcelo Moreno apareceu livre aos 30, mas Juninho saiu no abafa. Viana conseguiu um bom cruzamento para Eduardo que, de cabeça, quase abriu o placar aos 36. Na seqüência, Marcinho perdeu uma chance incrível em cima da linha após cruzamento de Wagner e falha do goleiro alvinegro.
Presença de um artilheiro
Se marcar seis gols em 90 minutos era complicado, em 45 seria ainda pior. Por isso, a simples vitória passou a ser uma questão de honra para o Galo. E o lateral-direito Coelho chegou com perigo em duas oportunidades seguidas, uma defendida por Fábio e outra raspando a trave. Duas peças importantes, uma de cada lado, tiveram que deixar o gramado: Jadílson, sentindo uma lesão no tornozelo, e Coelho, com caimbras.
Wagner, o camisa 10 da Raposa, fez uma jogada genial pela esquerda, dando um drible por entre as pernas de Rafael Miranda, e cruzando para a área, mas sem seqüência do ataque celeste. Aos 23, o volante Renan, que entrou no lugar de Viana, reclamou com a arbitragem e foi expulso de campo. Na saída, o jogador mostrou que o árbitro estava certo.
– Ele marca tudo errado. Mandei ele tomar no c… mesmo – disse o alvinegro em entrevista aos radialistas.
Foi o que faltava para a festa celeste ficar completa. Com um a mais, Adilson botou Guilherme na vaga de Henrique e partiu para cima. Aos 30, Wagner cruzou com precisão para Marcelo Moreno cabecear e fazer o gol do título (assista ao vídeo acima). A torcida estrelada, que já cantava e gritava olé desde os primeiros minutos do jogo, foi ao delírio.
No finzinho, Danilinho se envolveu em uma confusão com Charles, dando início a uma confusão generalizada entre os jogadores. Ambos foram expulsos

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