O número de crianças e jovens entre 5 e 17 anos trabalhando em Minas Gerais aumentou 17% em um intervalo de dois anos. Os dados foram apresentados ontem e constam nos suplementos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds) informou que investirá R$ 20 milhões em ações de combate ao trabalho infantil, sendo R$ 5 milhões este ano. Segundo Fernanda Flaviana Martins, coordenadora especial de políticas pró-criança e adolescente da Seds, o governo reconhece o problema, mas está acompanhando de perto.
A secretaria foi criada em 2007 para entender o fenômeno. Nossa pesquisa de campo mostrou que 70% das crianças estão na escola, disse.
De acordo com o coordenador da Pnad, Cimar Azeredo, 507 mil jovens tinham uma ocupação em 2004, ou seja, 11% da quantidade total de pessoas naquela faixa etária. O universo subiu para 598 mil (13% do total) em 2006. Segundo ele, o mais preocupante em Minas é que a populaçãocom a idade pesquisada diminuiu. Eram 4,6 milhões há quatro anos. Jáem2006, o instituto contabilizou 4,5 milhões.
Os índices de Minas e de Roraima se destacaram pois foram na contramão do país, que apresentou redução. No Brasil, a queda foi considerada pequena, de quase 4%, mas representou a saída de 200 mil jovens do mercado de trabalho. A legislação brasileira permite trabalhar a partir dos 14 anos com algumas restrições.Apesquisa denuncia um problema, afirmou Azeredo.
Outra situação grave apresentada no suplemento é a quantidade de jovens ociosos no Estado em 2006. De acordo com o analista do IBGE em Minas, Antônio Bráz de Oliveira e Silva, 258 mil pessoas entre 5 e 17 anos não freqüentavam as salas de aula nem possuíam alguma ocupação autorizada em lei.
Em termos comparativos, essa quantidade de jovens é superior à população de Divinópolis. Isso é problemático, pois éuma parcela exposta a vários riscos sociais. A taxa de jovens mineiros ociosos (6,5%) é a maior do Sudeste. O Espírito Santo ocupa a segunda posição com 5,8%. Mas em números absolutos, São Paulo é o Estado campeão com 329 mil crianças e adolescentes sem trabalho e escola.

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