A UFMG e a Santa Casa de Belo Horizonte estão entre as 20 instituições brasileiras que vão participar dos testes de uma candidata a vacina contra o novo coronavírus, que está sendo desenvolvida pela Jansen-Cilag, do grupo farmacêutico norte-americano Johnson & Johnson. A informação é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que anunciou a autorização para os estudos nesta terça-feira (18).

A agência informou que a pesquisa na UFMG ficará a cargo do professor Jorge Andrade Pinto, que é chefe do Serviço de Imunologia do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG e consultor da Organização Mundial da Saúde. Já na Santa Casa, o estudo sobre a candidata a vacina Ad26.COV2.S será coordenado pelo médico Antônio Tarcísio de Faria Freire, diretor clínico do Grupo Santa Casa BH.

A Anvisa autorizou que o estudo dessa candidata a vacina contra Covid-19 possa ser realizado com 7 mil voluntários. Além desses dois centros em Minas, também foram autorizados outros 18 nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Rio Grande do Norte.

O ensaio clínico aprovado pela Anvisa está na fase 3 e deverá ser randomizado e controlado por placebo, ou seja, metade dos voluntários receberão uma dose de Ad26.COV2.S, enquanto o outro grupo receberá uma substância neutra. Voluntários e médicos não poderão saber quem recebeu a vacina ou quem tomou o placebo (duplo cego).

Esta é a quarta vacina a receber aprovação pela Anvisa para ser testada no Brasil. No dia 2 de junho, a Anvisa autorizou o ensaio clínico da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido; em 3 de julho, o da vacina desenvolvida pela empresa Sinovac Research & Development Co. Ltd., em parceria com o Instituto Butantan; e em 21 de julho, a desenvolvida pela BioNTech e Wyeth/Pfizer.

A vacina chinesa Coronavac, da Sinovac, está na fase 3 de testes e voluntários mineiros participam dos estudos, todos profissionais de saúde que atuam na linha de frente de atendimento a pacientes com Covid. Em Belo Horizonte, os testes são coordenados pelo pesquisador Mauro Teixeira Martins, coordenador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB).

O recrutamento, conforme a Anvisa, será de responsabilidade dos centros que conduzem a pesquisa. Além da autorização da agência, o início dos testes em humanos depende da aprovação pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) – órgão do Ministério da Saúde responsável pela avaliação ética de pesquisas clínicas – e da organização dos pesquisadores para recrutamento dos voluntários.

A Faculdade de Medicina da UFMG informou que faz parte rede Covid-19 Prevention Network (CoVPN) e que é um dos centros que poderá participar da pesquisa. “Nesse momento, o projeto se encontra em tramitação regulatória no sistema CEP/Conep, que avalia questões de ética em pesquisa com humanos. No Brasil, o primeiro centro (responsável pelo pedido nos órgãos reguladores) é o Instituto Nacional de Infectologia/Fiocruz, parceiro da Faculdade de Medicina na CoVPN.
As novidades sobre o projeto serão divulgadas nos canais oficiais da Faculdade de Medicina da UFMG”, informou.

Procurada pela reportagem, a Santa Casa de BH afirmou que há um acordo confidencial e, no momento, não pode passar detalhes da pesquisa.

Matéria do Hoje em Dia

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