Em alguns momentos, felicidade extrema, logo depois, depressão profunda. Assim se caracteriza o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), uma doença crônica, convencionalmente tratada com medicação e consultas psicológicas. Entretanto, no Hospital das Clínicas (HC), vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o TAB é abordado de forma diferente.
Diferenciado e gratuito, o tratamento é oferecido a cerca de 200 pacientes por mês.
O psiquiatra Fernando Silva Neves, médico coordenador do tratamento, explicou que os pacientes passam por um tratamento psico-educacional, que explica a eles o que é o transtorno e os ajuda a identificar seus sintomas. Com esse conhecimento, fica mais fácil eles controlarem as oscilações de humor, disse.
Uma administradora de empresas, de 54 anos, contou que perdeu tudo com as crises – inclusive casamento e carro -, e que o tratamento, iniciado em outubro de 2012, está surtindo efeito.
Depois que comecei a fazer o trabalho, me tornei menos impulsiva e compulsiva, e minha vida melhorou muito, disse. Uma vez por semana, ela vai ao hospital para passar por uma terapia que a ajuda a controlar as oscilações de humor.
Neves explica que o tratamento teve início em 2009 e que novas formas de tratamento podem ser propostas pela UFMG, até 2014, após avaliação dos resultados. Para participar do projeto, os pacientes são diagnosticados por um psiquiatra, profissional capacitado para constatar o transtorno.
Diagnóstico
O médico explicou que as pessoas confundem o TAB com oscilações do humor. Quem tem o transtorno e está em um quadro de tristeza profunda, por exemplo, não consegue ficar alegre nem se receber uma boa notícia. Além disso, há dificuldades de aprendizado e perda de memória, detalhou o psiquiatra da UFMG.

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