Há cerca de um ano, surgiram os primeiros casos de gripe influenza H1N1 no Brasil. O vírus da doença, que foi detectado inicialmente no México (América do Norte), alastrou-se rapidamente e, em um efeito dominó, chegou a todos os continentes, espalhando o medo em escala global. Com a evolução de novos casos e mortes, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu o alerta em julho passado: o planeta enfrentava uma pandemia da gripe.
O cenário da doença pelo mundo em 2010 é menos devastador do que o vivenciado no ano passado. Porém, o vírus da gripe H1N1 ainda preocupa e continua fazendo vítimas. Antes mesmo do inverno, que começa oficialmente no dia 21 de junho, balanço do Ministério da Saúde confirma 540 casos e um total de 64 mortes neste ano. Em 2009, foram 46,1 mil casos confirmados e 2.051 óbitos. Em Minas, neste ano, foram registrados sete casos e duas mortes – uma na capital. No Estado, em 2009, foram 2.075 casos e 145 mortes – 13 em Belo Horizonte.
Os números deixam o aviso de que é necessário manter todos os cuidados – assepsia das mãos com água e sabão e o uso do álcool em gel, evitar lugares com aglomerações de pessoas e atenção redobrada aos sintomas comuns de gripes e resfriados.
Para o médico infectologista Dirceu Greco, coordenador do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital das Clínicas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o surgimento da gripe H1N1 A provocou pânico generalizado. O infectologista teve participação ativa nos cuidados de muita gente diagnosticada com o vírus da nova gripe no Estado. Segundo ele, a maioria dos pacientes que ele atendeu ficou com muito medo de morrer. O surgimento dessa nova cepa de vírus traz à tona a importância de se tomar um maior cuidado com as patologias que estão surgindo no mundo. É necessário que as entidades de saúde discutam mais a questão da saúde com a população, disse Greco.
De acordo com o professor da Faculdade de Medicina da UFMG e médico infectologista Unaí Tupinambás, em 2009, a gripe H1N1 pegou o mundo todo de surpresa. A situação para este ano, segundo ele, é mais favorável. Primeiro, porque o Ministério da Saúde, juntamente com as vigilâncias sanitárias, puderam planejar os planos de combate à doença. Segundo, porque, com a campanha de vacinação, o controle da transmissão do vírus é maior.
A gripe H1N1 nos trouxe duas importantes lições. Uma é que não se pode banalizar qualquer infecção pelo vírus da gripe e a outra é que, quanto mais rápido se procura o serviço de saúde para tratamento adequado, melhor é a evolução do caso, disse o médico.
No dia 8 de março, o Ministério da Saúde lançou a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza H1N1. A imunização foi priorizada a os trabalhadores da saúde, indígenas, gestantes (de 10 a 49 anos) e portadores de doenças crônicas. Crianças até 5 anos e adultos de 20 a 39 anos também devem se vacinar.

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