Cientistas da Nasa resolveram um mistério de longa data, anunciou a agência nesta sexta (18) em um post no Twitter: a duração de um dia em Saturno. Segundo a agência, são dez horas, 33 minutos e 38 segundos.

É um dado que frustra cientistas há décadas, porque o gigante gasoso não tem superfície sólida com marcos que possam ser rastreados enquanto ele gira. Além disso, Saturno tem um campo magnético pouco usual que esconde a taxa de rotação do planeta, de acordo com as informações da Nasa.

Durante a órbita da sonda Cassini, instrumentos da Nasa examinaram os anéis gelados e rochosos com detalhes sem precedentes. Christopher Mankovich, estudante de pós-graduação em astronomia e astrofísica na Universidade da Califórnia em Santa Cruz, usou os dados para estudar padrões de onda dentro dos anéis.

O trabalho dele, publicado nessa quinta (17) no ‘Astrophysical Journal’, determinou que os anéis respondem a vibrações dentro do próprio planeta, agindo de forma similar aos sismômetros usados para medir movimentos causados por terremotos. O interior de Saturno vibra em frequências que causam variações em seu campo gravitacional. Os anéis, por sua vez, detectam esses movimentos no campo.

Mankovich desenvolveu modelos da estrutura interna de Saturno que permitiram a ele mapear os movementos no interior do planeta — e, assim, sua rotação.

A ideia de que os anéis de Saturno poderiam ser usados para estudar a sismologia do planeta foi sugerida pela primeira vez em 1982, bem antes que as observações necessárias se tornassem possíveis.

Anéis são mais novos que o planeta

Mas essa não é a única resposta que a ciência obteve sobre Saturno: os anéis do planeta são mais jovens do que se imaginava, diz estudo publicado nessa quinta (17) na revista ‘Science’. Segundo a pesquisa, que também levou em conta informações da Cassini, eles surgiram entre os últimos 10 e 100 milhões de anos.

As informações são da agência de notícias France Presse e do Jet Propulsion Lab, da Nasa.

O sexto planeta a partir do Sol se formou há cerca de 4,5 bilhões de anos, junto com o restante dos planetas do nosso sistema solar, e passou a maior parte de sua existência sem os anéis característicos pelos quais é conhecido hoje.

Os astrônomos acreditaram por muito tempo que os anéis poderiam ser jovens, e talvez formados por colisões entre as luas de Saturno ou por um cometa que se despedaçou nas proximidades do planeta.

Algumas dessas respostas ganharam maior destaque por causa da Cassini — uma sonda americana não tripulada que foi lançada em 1997 e terminou sua missão em 2017 com uma morte planejada na superfície de Saturno.

No final de sua missão, a Cassini fez 22 órbitas, circulando entre Saturno e seus anéis, chegando mais perto deles do que qualquer outra nave da história.

Ao estudar como a trajetória de voo da sonda foi desviada pela gravidade dos anéis, os cientistas conseguiram deduzir a massa dos anéis e a idade aproximada.

“Apenas chegando tão perto de Saturno nas órbitas finais da Cassini fomos capazes de reunir as medidas para fazer as novas descobertas. Entender a idade e a massa dos anéis era “um objetivo fundamental da missão”, disse o autor principal do estudo, Luciano Iess, da Universidade Sapienza de Roma.

Uma massa menor indica anéis mais jovens porque, à medida que envelhecem, os anéis atraem mais detritos e tornam-se mais pesados. Os anéis são 99% compostos de gelo.

Os cientistas continuarão a investigar como os anéis se formaram. As novas evidências sobre a idade dos anéis dão a teorias de que eles se formaram de um cometa que chegou muito próximo de Saturno e foi descredibilidadetruído pela gravidade do planeta — ou por algum evento que dividiu uma geração anterior de luas geladas.

Foto: Nasa/JPL-Caltech

 

 

 

Fonte: G1||

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