Desde 2012, cresce o número de obesos atendidos nas unidades públicas de saúde de Minas Gerais. Em 2017, dado mais recente disponível, 26% dos pacientes adultos estavam acima do peso, conforme levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) a pedido do jornal Hoje em Dia. As estatísticas apontam para um aumento constante nos ponteiros da balança, tanto em pacientes do sexo feminino quanto do masculino.

Durante os últimos cinco anos, apenas uma faixa etária, a de crianças menores de 5 anos, teve redução no índice de obesidade, mesmo assim, tímido: em 2012, 8,82% dos pequenos eram obesos, número que caiu para 7,45%, em 2017. As estatísticas preocupam especialistas. Entre as principais causas do problema está a ausência de hábitos saudáveis na rotina, o que pode desencadear doenças cardiovasculares, câncer e agravar quadros de diabetes.

Segundo pesquisa realizada pelo IBGE em 2015, cerca de 46% dos brasileiros se assumem como sedentários. O índice, entretanto, é maior entre as mulheres. No levantamento, 50,4% das entrevistadas declararam não manter uma rotina saudável, enquanto 41,2% dos homens confirmaram o sedentarismo.

Para Josemar de Almeida, professor do Departamento de Clínica Médica da UFMG, os dados são alarmantes e implicam em uma mudança de comportamento. “A recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) hoje é de se pratique no mínimo 150 minutos de atividades aeróbicas por semana”. Vale até atividades mais leves, como dança. Trocar o carro pela caminhada ou bicicleta para deslocamentos em trajetos não muito longos também ajuda.

Referência no tema, o professor Lancha Júnior, da Universidade de São Paulo (USP), esteve esta semana em Minas em um simpósio sobre o tratamento da obesidade. Para ele, além de políticas públicas para estimular atividades físicas, trocas de hábitos comuns favorecem o emagrecimento. “Temos que reduzir o tempo de cadeira das pessoas”.

Recomeço

O adeus à rotina de má alimentação e ao sedentarismo resultou no abandono do vício em cigarro de 17 anos para a massoterapeuta Ludmilla de Freitas, de 38. Em 2015, ela seguiu conselhos de amigos, começou a participar de corridas e pôs fim à dependência em nicotina. Ainda mandou embora alguns quilos.

“Hoje descasco mais e desembalo menos alimentos. Busco ter uma alimentação mais saudável e corro cerca de 40km por semana”, conta. Ludmilla só descansa dos exercícios no sábado. “A dica é começar, ainda que aos poucos”, diz.

Em notas, as secretarias estaduais de Saúde e Educação citaram ações que visam mitigar o problema da obesidade em Minas. Na saúde, programas de vigilância alimentar, promoção a atividades físicas e políticas nutricionais foram listadas. Já nas escolas, aulas de educação física são obrigatórias a todos os estudantes, sendo facultativa só no turno noturno. Ainda são feitos campeonatos para incentivar a prática esportiva.

 

 

Fonte: Hoje em Dia ||

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