A cada três dias, um professor de Minas Gerais denuncia a agressão de um aluno. Os números do disque-denúncia do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Simpro-Minas) refletem a insegurança e a violência com as quais os profissionais da educação convivem diariamente. Nos primeiros oito meses de funcionamento do serviço – de fevereiro a setembro – foram registradas 83 queixas.
Do total de reclamações, 40 vieram da rede particular de ensino e 43 da pública. No caso da rede privada, 24 são de ameaças e intimidações, 17 de assédio moral, nove de agressões verbais, duas de violência física e uma de tráfico de drogas – foram 83 denunciantes e deles, 23 sofreram mais de um tipo de agressão. Não há dados discriminados sobre as denúncias dos professores da rede pública.
O presidente do Simpro, Gilson Reis, afirmou que faltam medidas socioeducativas e punição por parte do governo estadual. Há muita repressão e pouca prevenção, criticou. O Simpro cobra que o Ministério Público do Trabalho crie uma ouvidoria para apurar as denúncias.
O Estado informou que investe em medidas preventivas com ações de inclusão social e integração da comunidade escolar com a sociedade – 25 viaturas fazem uma patrulha escolar na capital. Mesmo assim, o governo reconhece que ainda há muito o que fazer. Segundo dados do próprio Estado, no primeiro semestre deste ano, as ocorrências aumentaram 140% em relação ao mesmo período de 2010. Neste ano, foram 197 contra 82 de 2010.
Casos
Junto com o aumento da violência, cresce o medo entre os profissionais. Uma professora que não quis ser identificada contou que foi agredia verbalmente e fisicamente por uma aluna que não gostou da nota. A instituição a afastou das minhas aulas, mas agora ela agride outros professores, disse.
Simone Caixeta, 38, mulher do professor Kássio Vinicius Castro Gomes, 39, que morreu esfaqueado por um aluno no Instituto Metodista Izabela Hendrix, Centro-Sul da capital, cobra punição. A faculdade tem que pagar por ter aceitado um aluno tão agressivo.

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