Enquanto a população deve fazer sua parte no combate à dengue – eliminando focos do principal transmissor da doença, o mosquito Aedes aegypti -, estudos científicos realizados no mundo e no Brasil se revelam otimistas quanto à prevenção e anunciam grande produção de vacina para 2014.
A data é prevista pelo laboratório Sanofi Pasteur, que busca, com parcerias, desenvolver a imunização eficaz contra os quatro tipos de vírus da dengue. A previsão é que a fábrica em construção na França possa produzir de 400 milhões a 600 milhões de doses entre 2014 e 2017.
Segundo Reynaldo Dietze, diretor do Núcleo de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), existem dois principais estudos em andamento no país para a vacina tetravalente. Os testes são feitos com 4.000 voluntários entre 9 e 16 anos – faixa etária que mostrou aumento dos casos de dengue – e se concentram em Fortaleza, Natal, Vitória, Goiânia e Campo Grande.
Os indivíduos recebem três doses da imunização, com intervalo de seis meses. A previsão de duração do estudo de eficácia é de cerca de 48 meses. No Espírito Santo, 150 voluntários já receberam as três doses e os resultados se mostraram satisfatórios. Segundo o Dietze, a eficácia da vacina é de cerca de 70%.
Segundo o pesquisador Pedro Garbes, diretor de pesquisa da Sanofi Pasteur, os trabalhos para criação da vacina são de alta complexidade, considerando a existência dos quatro sorotipos da dengue. Desenvolver uma vacina se trata de desenvolver vacina para quatro agentes, afirma. Além disso, há dificuldade para identificar os anticorpos necessários para a eficácia da proteção contra a dengue. Isso resulta, também, no desconhecimento quanto ao tempo de duração da vacina no organismo.
No mundo, há estudos clínicos realizados em 15 países, com 45 mil voluntários. Até hoje, 13 mil voluntários receberam pelo menos uma dose da vacina, que foi bem tolerada e com boa resposta. Na Tailândia, um estudo de eficácia com mais de 4.000 voluntários terá resultado no fim de 2012. Além do Brasil, na América Latina, os testes estão sendo realizados no México, Porto Rico, Honduras e Colômbia.

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