A etapa da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Febre Aftosa nos rebanhos dos principais estados pecuários brasileiros e no Distrito Federal terá início no dia 1º de maio. O lançamento oficial da vacinação, que se estende até o dia 31 de maio, acontece no dia 3, às 10h, no Parque Fernando Costa, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, durante a solenidade de abertura da 77ª Expozebu.
Em Minas Gerais, a expectativa do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) é que nas 330 mil propriedades rurais distribuídas nos 853 municípios mineiros, sejam imunizados 22,6 milhões de bovinos e bubalinos de todas as idades. O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, salienta que a erradicação definitiva da febre aftosa em Minas Gerais ainda necessita que a vacinação dos animais seja mantida em todo o seu território. ?Só depois é que poderemos pensar na retirada gradativa da vacina, mesmo assim, por faixa etária dos bovinos, começando pelos mais velhos?, afirma.
?Precisamos buscar mercados, mas temos que ter a mais absoluta segurança para não comprometer as conquistas já alcançadas?, diz Altino Rodrigues.
Nos últimos anos, Minas Gerais adquiriu um conceito de seriedade e credibilidade do trabalho desenvolvido pelos produtores rurais, lideranças e órgãos governamentais, que precisa ser preservado. É uma conquista que está representando a possibilidade estratégica de sua inserção no mercado nacional e internacional da carne bovina. ?Ainda agora, durante a realização, em Recife (PE), da reunião anual da Comissão Sulamericana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa), que aconteceu no início de abril, medidas importantes foram adotadas para a uniformização dos trabalhos que deverão ser executados pelos países na erradicação da doença no continente sul americano.?
Programa de erradicação da febre aftosa
A principal decisão foi a criação de um fundo específico, mantido pelos setores privados das nações que formam a entidade. O recurso será utilizado no financiamento de cooperação técnica e apoio à erradicação do vírus da febre aftosa nos países que registraram casos recentes da doença, como Equador, Venezuela e Bolívia. O Brasil deverá colaborar com cerca de US$ 300 mil por ano.
Os programas de erradicação da febre aftosa da América do Sul mantêm uma cobertura de 100% do território (17,6 milhões de km²), com uma população animal estimada em mais de 325 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos. Desse total, cerca de 88% são reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livres da enfermidade. Apenas 11,2% estão em áreas que não são consideradas imunes da doença.
A estrutura dos serviços veterinários oficiais dos países integrantes da Cosalfa conta com 2.663 unidades locais de atenção veterinária, que incorporam um contingente humano formado por 7.238 profissionais. A grande maioria está lotada no campo (93%) e apenas 7% trabalham em laboratórios.
Os recursos financeiros destinados à execução dos programas nacionais de erradicação da aftosa alcançaram US$ 1,06 bilhão no ano passado, sendo US$ 652,9 milhões investidos pelo setor público e US$ 415,7 milhões da iniciativa privada. Em 2010, na América do Sul, foram disponibilizadas 567,2 milhões de doses de vacina contra febre aftosa para uso nos programas nacionais de erradicação.

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