Com as 128.388 doses da vacina contra a Covid-19 recebidas pela Prefeitura de BH, o município pretende vacinar 63 mil profissionais de saúde e outros trabalhadores que atuam nos hospitais da cidade, como porteiros e faxineiros.

Com base na experiência da vacinação contra a gripe, o subsecretário de Promoção e Vigilância à Saúde da capital, Fabiano Pimenta, estimou, de acordo com o portal O Tempo, que todos estarão vacinados em até dez dias. Contudo, na tarde de ontem, a Prefeitura emitiu nota afirmando que a distribuição e a aplicação do imunizante seriam finalizadas até a manhã desta sexta-feira (22). A segunda dose da vacinação será fornecida 21 dias após a primeira aplicação.

Contabilizando profissionais como médicos que atendem consultas de rotina em clínicas particulares, BH tem cerca de 140 mil trabalhadores da saúde, porém somente 55 mil atuam na rede hospitalar, conforme estima a Secretaria Municipal de Saúde. Além deles, Pimenta contabiliza que haja em torno de 5 mil profissionais de apoio, como equipes de higienização e segurança, que também serão vacinados na primeira fase da campanha. 

“Nesta primeira fase da vacinação, todo o pessoal que faz parte do processo de assistência ao paciente está contemplado. O pessoal da limpeza, por exemplo, dependendo do horário, entra no CTI sem retirar o paciente e está exposto”, explicou o subsecretário. A Santa Casa de Misericórdia e o Hospital da Baleia, por exemplo, incluíram profissionais de higienização entre os primeiros imunizados. Caso, eventualmente, sobrem doses, elas poderão ser direcionadas a mais profissionais da saúde ou a moradores e funcionários de instituições de longa permanência da cidade, diz o porta-voz. 

Até a noite dessa quarta-feira (20), 59.561 doses já haviam sido distribuídas a hospitais públicos, filantrópicos, privados e serviços de urgência (UPAs e Samu) da capital. O envio teve início na terça-feira (19). 

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A Prefeitura diz não ter um controle exato de quantos profissionais já foram vacinados devido à instabilidade do sistema de registro de vacinação fornecido pelo Ministério da Saúde. Por ora, os registros estão sendo feitos em planilhas alternativas disponibilizadas pelo ministério, segundo Pimenta. 

Ele afirma que a Prefeitura planeja divulgar diariamente a quantidade de vacinados, mas não informa quando isso será feito. O Estado de São Paulo, por exemplo, tem um “vacinômetro” na primeira página do site do Executivo em que atualiza o número de imunizados: até as 19h30 de ontem, eram 22 mil. 

Prefeitura continuará dependendo de Plano Nacional de Imunizações 

As doses da vacina recebidas por BH pelo Ministério da Saúde não cobrem nem 3% da população da cidade, e ainda não há data para o município ou qualquer outra parte do Brasil receber mais vacinas. Mantendo-se fiel à declaração do prefeito Alexandre Kalil (PSD) de que a cidade vai integrar o Plano Nacional de Imunizações (PNI), de gestão ministerial, não está nos planos da prefeitura negociar com fornecedores de vacinas diretamente. 

“O Instituto Butantan já se pronunciou que a prioridade e, vamos chamar assim, a exclusividade do fornecimento é pelo PNI. Nossa conduta, neste momento, é seguir o padrão do plano”, reforça o subsecretário de Promoção e Vigilância à Saúde da capital, Fabiano Pimenta. 

Ele completa dizendo que não faria sentido estimar datas para o início das próximas fases de vacinação, já que não há certeza sobre quando mais vacinas serão enviadas. “Temos um plano de vacinação. Mas, compreendendo a expectativa da população, principalmente dos elencados nos grupos prioritários, (há risco) em divulgar uma data ou cronograma e essa situação não se concretizar”, elabora.  Ainda não está definido como os cidadãos serão notificados de que devem se dirigir aos centros de saúde para ser vacinados quando chegar o momento de a vacinação ser ampliada. 

Nessa quarta-feira, um plano de vacinação atribuído à Secretaria Municipal de Saúde, datado do dia 19 de janeiro, circulou em grupos online com descrição de seis fases prioritárias da campanha de vacinação. De acordo com a listagem, a quarta fase da campanha, após vacinação de profissionais de saúde e idosos institucionalizados, abrangeria pessoas de 60 anos ou mais e pessoas com comorbidade, como hipertensão persistente, insuficiência renal, obesidade grau três e indivíduos com Síndrome de Down.  

Em seguida, viria a população em situação de rua, trabalhadores do transporte coletivo, profissionais da educação, população privada de liberdade e funcionários do sistema e as comunidades quilombolas. Na sexta e última fase dos grupos prioritários, seria a vez de vacinar as forças de segurança e salvamento, os caminhoneiros, trabalhadores do transporte metroviário e ferroviário e as Forças Armadas. 

Fonte: O Tempo Online

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