A Vale anunciou nesta quarta-feira 1,3 mil demissões no mundo, sendo a maioria delas em Minas Gerais, segundo assessoria de imprensa da mineradora. Outros 5,5 mil entram em férias coletivas escalonadas e 1,2 mil estão em treinamento para serem realocados dentro da companhia.
Conforme a empresa, a redução do quadro de funcionários é conseqüência da crise financeira internacional e resultado da redução das encomendas das siderúrgicas, principais clientes da Vale. Atualmente, a mineradora tem 62 mil funcionários no mundo.
Ainda segundo a Vale, a intenção é reduzir ao mínimo o número de demissões, devido ao elevado nível de qualificação e de investimento em treinamento.
Em relação às férias coletivas, os 5.500 funcionários atingidos pela medida devem parar de maneira escalonada. A previsão é que o revezamento ocorra até fevereiro.
A Vale informou no fim de outubro que vai reduzir sua produção de minério de ferro e outros minérios e subprodutos nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Amapá, além de plantas industriais e minas no exterior. Fora do país, sofrerão reduções de produção atividades localizadas na França, Noruega, China e Indonésia.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, explicou que o corte de 30 milhões de toneladas métricas anuais na produção de minério de ferro da empresa é um ajuste momentâneo em razão do fortíssimo rearranjo que o mundo está passando por causa da crise financeira internacional.
Siderúrgicas
Entre as siderúrgicas, a ArcerlorMittal anunciou na última quinta-feira que pretende demitir até 9.000 empregados no mundo. As demissões serão feitas de forma voluntária. Elas atingirão primeiro os empregados dos setores não-produtivos, que trabalham em vendas, administração e serviços gerais. Nessas categorias, o grupo tem como meta reduzir seus gastos em US$ 1 bilhão, em resposta à atual crise financeira global.
A empresa empregava no final de 2007 cerca de 35,5 mil pessoas na América do Norte. O grupo não especificou o número de funcionários que possui nos Estados Unidos.
Também na semana passada, o grupo siderúrgico brasileiro Gerdau anunciou que vai antecipar a parada das subsidiárias Açominas e da Siderperú (Empresa Siderúrgica del Peru) para trabalhos de manutenção. A Gerdau admitiu que a medida também tem por objetivo reduzir a produção em um momento de queda da demanda mundial do aço por parte de clientes importantes, como os setores automobilístico e de construção.
Em reunião com investidores, o presidente do grupo, André Gerdau Johannpeter, reconheceu que a companhia pode tomar medidas semelhantes em outras fábricas, principalmente dos Estados Unidos e de outros países da América Latina, para adequar a produção a uma demanda mundial menor.
Segundo ele, a empresa prevê uma queda de 24% no volume de vendas para o último trimestre do ano em comparação com o mesmo período de 2007.

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