Um grupo de psicólogos da Universidade Federal de São Paulo que trata dependentes químicos.desenvolve há um ano um programa que atende não só o dependente, mas também a família. Uma vez por semana, os terapeutas conversam com os pais e com os jovens em reuniões separadas.
As famílias passaram a ser acompanhadas depois que os terapeutas notaram que dentro de casa o ambiente não ajudava. Brigas, conflitos, desentendimentos.
Pais que tentavam controlar ou que não faziam cobranças prejudicavam o trabalho. Para alguns jovens era preciso dar liberdade e para outros impor limites.
Depois que recebeu orientação, outro pai conseguiu que o filho parasse de usar drogas. ?Horário pra chegar, amizades que podem ou não podem continuar, estudo é a sua prioridade de vida?.
Segundo os terapeutas, quando os pais descobrem que os filhos são dependentes químicos, cometem alguns erros como:
Ligar demais para eles, sem deixar claro o que de fato é a obrigação.
Acreditar tanto, que não desconfiam das histórias contadas.
Há casos de pais que encontram a droga na bolsa do filho e a devolve depois que o jovem conta que aquilo era de um amigo.
Há também pais que, mesmo sabendo da dependência, continuam dando dinheiro sem cobrar explicações.
?Atitudes como dar o carro o filho. E fala olha te dou o carro para parar de usar drogas?, diz Cristina Renner, psicóloga da Unifesp.
Os especialistas dizem que antes de tomar qualquer decisão o ideal é procurar ajuda.
?É preciso ter um lugar onde os pais possam tirar as duvidas, colocar suas angústias e se instrumentalizar pra de fato conseguir ajudar o adolescente?, declara Denise de Micheli, coordenadora de atendimento adolescestes – Unifesp.
Veja algumas mudanças de comportamento relacionadas, possivelmente, ao uso de drogas:
– Falta de motivação para estudar ou trabalhar;
– Mudanças bruscas de comportamento;
– Troca do dia pela noite;
– Inquietação, Irritabilidade, ansiedade, cacoetes;
– Perda de interesse pelas atividades rotineiras;
– Insônia;
– Olhos avermelhados, olheiras;
– Necessidade cada vez maior de dinheiro. Desaparecimento de objetos de valor ou dinheiro, pertences de valor de dentro de casa ou de amigos e parentes;
– Há alterações súbitas de humor, uma intensa euforia, alternada com choro ou depressão;
– Há perda de sono ou apetite, insônia, intercalada com períodos de sono demorado, troca do dia pela noite;
– Começa a se relacionar com amigos diferentes;
– Fica mais descuidado com a higiene pessoal;
– Muda o vocabulário, usando termos mais pesados;
– Tem atitudes de culpa e reparação: agride os pais, chora, se tranca no quarto;
– Passa noites fora de casa.

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