A crise na Venezuela está cada vez mais aguda e o seu povo sofre. Faltam alimentos, remédios e produtos básicos. A pobreza atinge 91% da população, agravada pela forte desvalorização cambial e pela hiperinflação de 3.000.000%. O Produto Interno Bruto (PIB) perdeu ⅔ de valor. Cerca de 3 milhões de venezuelanos deixaram o país. A taxa de desemprego é de 34%. Muitas empresas encerraram as atividades por falta de insumos importados. A produção de petróleo caiu pela metade. Nas cidades ocorrem apagões de energia elétrica, devido à falta de manutenção.

O regime bolivariano, implantado por Hugo Chávez, prega a união dos países latinos em uma única comunidade para a defesa dos seus interesses.

Muitas das dificuldades são causadas pela falta de alternância política, pela repressão política e pela nacionalização de empresas estrangeiras.

Incomodado pelo regime bolivariano e interessado em explorar as suas reservas petrolíferas, os Estados Unidos também têm criado obstáculos e exercido efetiva pressão, a exemplo de outras intervenções já feitas na América Latina, como no Chile, em 1973. A forma de agir é a mesma, ou seja, dificultar para gerar o caos e até uma guerra civil. Especificamente, os EUA impuseram bloqueio econômico, com a indisponibilidade de movimentação das contas baseadas nos Estados Unidos da estatal de petróleo PDVSA, o petróleo exportado para os EUA deverá ser pago em uma conta bloqueada, foi vedada a venda de combustíveis refinados para a Venezuela, foi dificultada a exportação de insumos para a Venezuela, foi proibida a negociação de novas dívidas e ações emitidas pelo governo venezuelano. Já no plano político e diplomático, os EUA incentivam e financiam todos os grupos e formas de oposição, faz gestão junto a outros países para também adotarem sanções contra a Venezuela.

Os países apoiadores do regime da Venezuela, como a China e a Rússia, têm manifestado apoio verbal, mas sem prestar efetivo auxílio para ajudar a solucionar os problemas vividos pelo povo venezuelano. Desta forma, não conseguem contrapor as ações perpetradas pelos EUA.

Por último, o governo americano dando continuidade à sua política de enfraquecer o governo venezuelano, ofereceu uma dita “ajuda humanitária” ao povo da Venezuela, na forma de alimentos e remédios, e utilizou os seus fiéis parceiros da América Latina, Brasil e Colômbia, para fazer a entrega dos produtos através de suas fronteiras. O governo da Venezuela fechou as fronteiras. Os caminhões com os produtos chegaram, mas a entrega no dia 23 deste mês foi marcada por manifestações violentas na Venezuela, com mortos e feridos.

O governo venezuelano, temos que reconhecer, agoniza. Torcemos para não viver uma guerra civil, que seria muito dolorosa para todo o povo. Melhor seria uma intervenção, patrocinada pela Organização das Nações Unidas, ONU, para uma solução e transição pacífica da crise.

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