A Venezuela fechou as fronteiras com a Colômbia, aumentando a tensão na região, após o assassinato de Raúl Reyes, o segundo homem na hierarquia das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Em entrevista à emissora estatal VTV, o ministro de Agricultura e Terras da Venezuela, Elías Jaua, anunciou que o governo ordenou o fechamento da fronteira e que as tropas já estão se movimentando na região. Os venezuelanos já sofrem com o desabastecimento de alimentos básicos desde o ano passado e a primeira conseqüência imediata da medida anunciada é o aprofundamento da falta de alimentos, já que grande parte dos produtos consumidos é de origem colombiana.
Em entrevista à rádio Mitre de Buenos Aires, o chefe da Polícia da Colômbia, Oscar Naranjo, justificou a invasão de seu país no Equador ao afirmar que tropas colombianas tinham sido atacadas a partir do território equatoriano e como forma de represália, fomos ao acampamento mãe, onde estava Reyes. Ele explicou que foi uma legítima defesa, foi uma sucessão de fatos ante um ataque.
Nessa segunda-feira, Naranjo e o presidente colombiano Álvaro Uribe acusaram o presidente do Equador, Rafael Correa, de ter vínculos com as Farc, provocando a imediata ruptura das relações diplomáticas, por parte de Correa, entre os dois países. Naranjo disse na entrevista que é preciso colocar a situação dentro do contexto: se trata de organizações terroristas que estão há mais de 40 anos.
Depois da decisão de romper as relações diplomáticas, Correa acusou Uribe de frustrar a liberação da refém franco-colombiana, Ingrid Betancourt, já que o negociador das Farc era Reyes. O ministro coordenador de Segurança Interna e Externa do Equador, Gustavo Larrea, admitiu que já tinha se reunido com os líderes das Farc para acertar a liberação de Betancourt e outros 11 reféns. Larrea disse que a liberação ocorreria em março e que a invasão autorizada por Uribe e o assassinato de Reyes acabou com as possibilidades de um acordo de paz com as Farc.
O ministro equatoriano, que também foi parte da missão humanitária que precedeu a liberação das colombianas Clara Rojas e Consuelo González, em janeiro último, disse que essas conversações para liberar Betancourt e outros 11 reféns estavam avançadas.
Hoje, em Genebra, o vice-presidente colombiano, Francisco Santos Calderón, afirmou que as Farc tinham um projeto radioativo com fins de armas de destruição massiva. Santos Calderón explicou que nos computadores de Reyes foi encontrada informação sobre a possível negociação de material radioativo, base primária para gerar armas sujas de destruição e terrorismo?.

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