A verba emergencial de R$ 30 milhões prometida pelo governo de Minas no fim do ano passado para investimento no combate ao mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus – ainda não chegou às prefeituras. A situação, segundo o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de Pará de Minas, na região Central, Antônio Júlio Faria (PMDB), compromete que saia do papel o plano de visitar, pelo menos três vezes até junho, os imóveis dos 853 municípios mineiros, seguindo uma recomendação do Ministério da Saúde.

Em Minas, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 7 milhões de residências. “Tudo é muito lento, e qualquer ação efetiva e rápida de combate ao mosquito precisa de ajuda financeira do Estado. A Prefeitura de Pará de Minas já solicitou a verba, mas ainda não recebeu. Eu preciso contratar maquinário e funcionários temporários”, reclamou Antônio Júlio após a primeira reunião, nesta terça, do Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus, criado pelo governo do Estado.

Também fazem parte do comitê secretarias de governo, forças militares, Defesa Civil, entre outros órgãos. De acordo com Antônio Júlio, Bom Despacho, na região Central, Ubá, na Zona da Mata, e Governador Valadares, no Rio Doce, municípios que registraram níveis elevados de infecções de dengue em 2015, também não receberam o repasse.

 

Mobilização

Ainda segundo o presidente da AMM, mais do que a verba do Estado, é preciso uma maior mobilização dos prefeitos mineiros. “Não adianta nada passar as demandas para os secretários municipais de Saúde. Assim, as ações não saem do papel. Existe uma certa acomodação dos prefeitos”, criticou. A solução, conforme Antônio Júlio, seriam reuniões sistemáticas com os prefeitos e com os Consórcios Intermunicipais de Saúde, além de uma concentração das campanhas dos órgãos participantes do comitê, para ações planejadas e conjuntas nos municípios.

O secretário de Estado de Saúde, Fausto Pereira, ressaltou a importância de se fazer a conscientização da população. “A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) consegue chegar a praticamente todos os domicílios e poderia participar do processo educativo”, sugeriu.

A Secretaria de Estado de Saúde informou, por meio de nota, que já liberou R$ 36 milhões para os municípios realizarem ações contra o Aedes. Sobre os R$ 30 milhões prometidos no fim do ano passado, a pasta disse que todas as cidades estão cientes dos trâmites necessários para o requerimento da verba.

Em 2016, já foram registrados 1.604 casos de dengue em Minas Gerais; 38 casos de zika vírus estão sendo investigados. Não há registros de febre chikungunya confirmados.

 

Fonte: O Tempo||http://www.otempo.com.br/cidades/verba-n%C3%A3o-chega-ao-interior-1.1211034

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