A Polícia Civil de Carmo do Cajuru encerrou o inquérito que apurava crimes de pedofilia envolvendo o vereador Carlos Anderson da Silva (PDT), de 45 anos. Agora, os vereadores vão se reunir nesta quarta-feira (14) para votarem pela cassação ou não do mandato do parlamentar. “Carlos Henrique da Rádio”, como era conhecido, está recluso no Presídio Pio Canedo em Pará de Minas e o julgamento pode ocorrer dentro de um ano, segundo informações do delegado responsável pelo caso, Weslley de Castro.

As investigações começaram a partir de uma denúncia e foram finalizadas com 15 vítimas identificadas, as quais tiveram os relatos incluídos no inquérito como objeto de prova contra o criminoso. “O vereador foi indiciado por estupro de vulnerável pelas 15 vítimas e ainda existem mais seis crimes envolvendo ‘satisfação de lascívia mediante a presença de adolescente e criança’ – quando ele se masturbava na presença de vítimas”, explicou o delegado.

Se forem somadas as penas mínimas para cada uma das 15 vítimas, o vereador deve pegar mais de 100 anos de prisão, tendo que cumprir 30 anos, segundo o Código Penal Brasileiro.

Sessão extraordinária

Nesta quarta-feira (14) será realizada uma sessão extraordinária na Câmara de Vereadores de Carmo do Cajuru, onde uma votação de decoro parlamentar definirá ou não pela cassação do mandato do vereador.

A reunião está marcada para às 18h e deve contar com os 11 vereadores do Legislativo. Para que o parlamentar seja cassado é preciso que haja maioria absoluta dos votos. “Se for cassado ele perde o mandato e outro vereador assume o cargo”, comentou o vereador Adriano Nogueira, presidente da Câmara.

Prisão

Atualmente, Carlos Anderson da Silva está recluso no Presídio Pio Canedo em Pará de Minas. Ele foi transferido para a unidade após detentos do Presídio Floramar em Divinópolis terem feito ameaças de rebelião e de morte caso o vereador continuasse no local, para onde foi levado depois de ter sido preso no dia 8 de março.

Sobre o inquérito, o delegado informou que constam na apuração que o vereador abusava de vítimas com idades entre quatro e 13 anos. Uma delas era abusada há três anos consecutivos. “A primeira denúncia partiu de uma diretora de escola que notou mudanças de comportamento de uma das vítimas. Desde então, começamos a apurar o caso e, nesse sentido, o papel da imprensa foi de suma importância, pois encorajou outras vítimas a fazerem suas denúncias. Concluímos então que ele praticava os crimes há mais de dez anos”, acrescentou Weslley Castro.

No decorrer das investigações foram apreendidos computadores, pendrives e DVDs com conteúdo pornográfico. O delegado lembrou ainda que o vereador se aproximava das vítimas após ganhar a confiança das famílias e assim levava crianças e adolescentes para a casa dele, onde cometia os crimes.

 

 

Fonte: G1 ||

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