Uma reunião marcada no fim da tarde de segunda-feira (17), pela secretária do responsável pelo Setor de Trânsito da cidade, Ney Araújo, a pedido dos vereadores Manoel Messias e Arnaldo Gontijo, ocorreu na manhã de hoje (18).
Diferente do que os vereadores esperavam, o encontro não saiu a contento. Pelo menos para os dois membros do Legislativo que acabaram sendo convidados a se retirarem do gabinete do prefeito, onde a reunião ocorreu.
Não foi apenas com o coordenador de trânsito, quem recebeu os dois membros do Legislativo. Uma razoável tropa de choque, formada pelo secretário de Obras, Paulo Cohen, o chefe de Gabinete, José Terra de Oliveira Júnior, o superintendente de Assuntos Institucionais, Sheldon Almeida, além do prefeito Moacir Ribeiro, os aguardava.
De acordo com os vereadores, a intenção deles era a de tecer elogios as mudanças feitas no trânsito da cidade, fazer pedidos como a instalação de quebra-molas próximo a escola Caic, e a pintura de uma faixa de pedestres após a passarela da Igreja Batista Vale das Bençãos além de sugerir outras providências inerentes ao trânsito e ainda questionar as motivações da administração em não responder os pedidos de providencias de autoria de ambos.
De acordo com Arnaldo e Manoel não houve tempo para isso, pois logo no início da reunião, o prefeito tomou a palavra e criticou a oposição feita pelos que não aprovam os projetos que ele manda para a Casa Legislativa. O nepotismo voltou à baila e os vereadores mantiveram suas palavras contrárias, momento em que o pastor Manoel questionou, dizendo haver uma dúvida da população a respeito da escolha do secretariado ? Eu perguntei, ?Quem escolheu o seu secretariado? Nós sabemos que não foi o senhor, a gente sabe da presença de uma segunda pessoa que fez essas escolhas? mas o prefeito disse que foi ele sim, e que da confiança e do ciclo de amizades dele não tinha ninguém da cidade para assumir aquelas secretarias ?.
Nervoso com o questionamento, o prefeito reclamou da não aprovação de um valor maior das diárias do município. De acordo com Arnaldo, Moacir se disse insatisfeito com o estabelecimento de um valor irrisório, do ponto de vista dele, para cobrir as despesas com viagens (alimentação). ?Ele disse que na época do Juarez não tinha isso, ele só prestava conta. Aí o Aluísio inventou essa bobagem e eu tenho que ficar em hotel de quinta categoria?.
Os ânimos se exaltaram quando Moacir falou da suplementação orçamentária no valor de R$3,5 milhões. Arnaldo e Pastor Manoel afirmaram que são contra esse valor e permanecerão contra. O pastor chegou, inclusive, a propor que fosse estipulado um valor menor, ou que fossem liberadas parcelas de valor inferior, de acordo com o que for sendo gasto. Nesse momento Terrinha teria chamado o pastor de atrasado, afirmando que ele não sabia o que estava fazendo e que era um intruso. Arnaldo Gontijo tomou a fala e disse que atrasada era a gestão de Moacir e intruso era Terrinha, que não era da cidade.
Nesse momento, pastor Manoel, se sentindo incomodado com o rumo da reunião, e com a reação do prefeito preferiu se retirar do recinto. Arnaldo permaneceu e reclamou dos desmandos da administração que não respeita os vereadores democraticamente eleitos como representantes do povo.
De acordo com o vereador, com as mãos, Moacir começou a fazer gestos para que ele saísse da sala, dizendo que ele não era bem vindo ali, que se retirasse, porque ele era oposição e não era de interesse tê-lo por perto.
Ouvindo o outro lado
O superintendente de Assuntos Institucionais da Prefeitura, Sheldon Almeida, que estava presente no momento da reunião, questionado pelo jornal, preferiu não se manifestar.
José Terra Júnior, chefe de Gabinete e atual secretário de Comunicação, ouvido a respeito, nos informou: ?Em tese, concordo com o que foi informado à reportagem pelos vereadores. Porém, do meu ponto de vista, não houve expulsão de nenhum deles. Apenas o prefeito, ao ouvir deles a reafirmação de que são realmente de oposição e que os projetos antes relatados não teriam suas aprovações, numa atitude mais que aceitável, informou-lhes que, então, a estada deles ali, não era mais necessária e aproveitando-se do retorno do pastor à porta do gabinete para incitar o vereador Arnaldo a se retirar, o prefeito reforçou o convite, dando por encerrada a reunião?.
Para Terrinha o mal entendido havido foi, a seu ver desnecessário. Foi fruto de espíritos armados anteriormente pela série de declarações e manifestações contrárias ao governo que ultimamente ocorreram na Câmara, mas que, ?em política as coisas são assim mesmo. O Moacir, como eu e os demais presentes não poderíamos engolir calados as ofensas feitas, em especial ao secretariado, que foi escolhido pelo prefeito. Nenhum, de nós é intruso não. Fomos convidados e é por isto que estamos aqui, dando o melhor de nós. Para mim o episodio está encerrado e acho que logo as coisas estarão como sempre deveriam estar, entre o Legislativo e o Executivo?.

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