Quando a gripe A começou a se espalhar no mundo, no ano passado, a Organização Mundial de Saúde alertou para o risco de uma pandemia branda e chegou a comparar a doença com a gripe espanhola, que causou pandemia em 1918, deixando milhões de mortos, e que começou da mesma forma.
Agora, dados de uma pesquisa publicada na revista ?Nature? mostrou que os anticorpos capazes de vencer o vírus da gripe A também são eficazes contra a influenza espanhola, de 1918. Dois artigos publicados na revista desvendam os mecanismos bioquímicos da proteção cruzada contra as cepas pandêmicas.
A descoberta pode explicar, por exemplo, porque 33% das pessoas com mais de 60 anos têm resistência ao vírus – elas possuem anticorpos contra a gripe espanhola. Os cientistas ficaram surpresos com a semelhança entre duas cepas tão distantes. Em geral, depois de poucos anos, a vacina usada contra um subtipo de vírus precisa ser reformulada porque o microrganismo sofre mutações que o tornam imune aos anticorpos induzidos pela vacina.
Nos dois vírus pandêmicos, separados por 90 anos de evolução, o principal alvo dos anticorpos permaneceu idêntico – uma região da proteína viral hemaglutinina, responsável pela entrada do invasor nas células

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