Apesar de incluídos no Plano Nacional de Imunização (PNI) do Governo Federal, professores da rede pública de ensino consultados pelo Estado de Minas ressaltam a preocupação de retorno às aulas presenciais diante do agravamento da pandemia de Covid-19.
O governador Romeu Zema (Novo) pediu ao Ministério da Educação para adiantar a imunização da comunidade escolar e, assim, ter o quanto antes a volta às aulas em todo estado.
Zema formalizou o pedido e justificou a importância da inclusão de professores e demais trabalhadores da Educação como prioridade na vacinação, para que ocorra a volta gradual das aulas presenciais.
“As aulas presenciais são um pilar no desenvolvimento intelectual, social e emocional dos estudantes. A vacinação da comunidade escolar reforçaria as ações implementadas no Estado para a garantia de um retorno seguro da atividade educacional”, pontuou.
O Ministério da Educação, porém, informou que o grupo já estava incluído no PNI desde março, a pedido do próprio MEC. Nesta terça-feira (13), o governador voltou a falar do assunto e reforçou em suas redes sociais, que solicitou para que adiantassem a demanda para um breve retorno às aulas.
“Iniciando a vacinação desse grupo o quanto antes, mais rápido poderemos retomar às aulas presenciais no estado”, escreveu.
De acordo com o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), o retorno às aulas vai além da vacina.

“A vacinação é um ponto-chave para o retorno seguro, mas o que pesa neste momento é que o vírus tem atingido cada vez mais os jovens, e os estudantes também estarão em risco. Ainda assim, mesmo após a vacinação, é necessário que se cumpram os protocolos sanitários, como defendem as autoridades. A escola tem que assumir esses protocolos, como fornecimento de Equipamento de Proteção Individual (EPI), testagem de alunos, distanciamento. Tudo isso ainda precisa ser observado pelos órgãos de saúde”, destacou o sindicato.
E essa também é a preocupação de muitos professores da rede pública de ensino. Zaquel Lopes da Silva, de 52 anos, professor de português da Escola Estadual Madre Carmelita, em Belo Horizonte, conta que está ansioso para receber o imunizante, mas não é o suficiente.

“Eu me sinto ansioso pela vacina e entendo que, mesmo me imunizando, não estou 100% seguro, mas pelo menos teria condições de trabalhar com mais segurança e auxiliar no aprendizado dos alunos que, atualmente, está muito precário. Não acho que vá ser a solução final, se fosse, não precisaríamos usar máscaras nem álcool em gel após receber a vacina, mas não é o que vai acontecer”, afirmou.
Zaquel também ressalta que é uma decisão precipitada o retorno às aulas presenciais. “Por conta do grande número de infectados no país e o avanço da doença, creio que ainda não é hora de regressar às aulas. Infelizmente. Todos nós, professores, desejamos novamente estar na sala de aula, entretanto não podemos colocar a vida de ninguém em risco”, lamentou.
Para Julyê Aparecida do Santos Anunciação, de 37, coordenadora pedagógica da rede municipal e professora na rede estadual de ensino, é preocupante um retorno às aulas neste momento da pandemia. “As crianças não têm a total compreensão e responsabilidade de um adulto, então, vai ser muito mais difícil ter esse controle total dentro do ambiente escolar”, disse.

Fonte: Estado de Minas

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