Funcionários da saúde do Estado ameaçam uma greve, caso o governo de Minas retire a ajuda de custo dos vencimentos dos servidores, que é pago desde 2017. Ao menos nove mil funcionários podem ser atingidos com a medida que o governo estuda. De acordo com o presidente da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais (Asthemg), Carlos Augusto Martins, o teto da ajuda de custo é de R$1.300. O servidor recebe o benefício por aumento de carga horária.

A paralisação, caso ocorra, deve contar com o apoio de médicos, enfermeiros e demais servidores da saúde. O estudo para o corte na ajuda de custo é feito pela Secretaria de Planejamento de Minas Gerais (Seplag). “Recebemos a informação e vamos realizar assembleia com os servidores. Quem vai decidir (sobre greve) é o servidor”, afirmou Martins.

A assembleia ainda não tem local e data definidos, mas será realizada depois do dia 20 deste mês. Há servidores que até aceitam perder a ajuda de custo caso o Estado defina um aumento real dos salários dos atuais quadros.

De acordocom o jornal O Tempo,   pode ocorrer pedido de substituição do secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva. Servidores alegam que ele toma decisões sem ouvi-los.

Eles também relatam que o governo pensou em ampliar o número de plantões dos funcionários. Porém, pressão interna fez com que o Estado recuasse.

A proposta era aumentar um plantão por mês. Em um ano, seriam 12 plantões a mais. O problema, segundo funcionários, é que o Estado não fez a indicação de aumentar os vencimentos. 

Relação

Funcionários públicos e o governo de Romeu Zema (Novo) têm tido atritos desde o começo do governo. Isso porque Zema sempre deixou claro que pretende privatizar todas as estatais. Ao mesmo tempo, os servidores cobram a regularização dos pagamentos, que, hoje, são feitos parcelados. 

Na última semana, Zema, inclusive, disse que quem mais vai se incomodar com o plano de recuperação fiscal é o funcionalismo. 
O governador se queixou dos altos salários pagos a setores do Estado. 

Segurança

Outro setor no governo que aguarda resposta é o da segurança. Servidores protestaram no mês passado contra a falta de reposição salarial dos anos de gestão de Fernando Pimentel (PT). O governo Zema reconheceu e prometeu aumento salarial de 28,6%. Porém, o valor seria dividido em quatro parcelas e a primeira seria paga apenas em setembro de 2020. Servidores não aceitaram, e o impasse continua. Uma nova reunião com o governo deve ocorrer na próxima semana. O Executivo diz também que para conseguir cumprir as promessas, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) precisa aprovar o plano de recuperação. 

A reportagem entrou em contato com o governo, que afirmou desconhecer movimentos com intuito grevista. “ Verificamos junto à área de gestão de pessoas, responsável por fazer a interlocução com a entidade sindical vinculada aos servidores do Sistema Estadual de Saúde, e não foram identificadas movimentações dessa natureza. Informamos, por fim, que a instituição sindical que tem em sua base de filiados servidores da saúde do Estado é o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde-MG)”, disse o Executivo.

 

Fonte: O Tempo ||
COMPATILHAR: